Quanto vale a música?
Há 10 anos, quando a internet começava a pipocar pelo Brasil, tudo era novidade. Inclusive o Napster, o primeiro "trocador" de músicas na rede, que mais tarde acabou sendo suprimido pela RIAA. Quando conheci o serviço, percebi que o modelo de comercialização de músicas estava prestes a sofrer grandes mudanças. Com os compartilhadores de arquivo, cada pessoa conectada à rede passou a ter acesso a qualquer mp3 da face da terra. Dificilmente alguma gravadora conseguiria cobrar por direitos autorais destes arquivos. Era um caminho sem volta.
Hoje li a seguinte notícia: Folha de S.Paulo - Brasil "baixou" mais de 1 bi de canções em 2005 - 14/09/2006: " Segundo pesquisa, 2,9 milhões de brasileiros usam a net para fazer download".
Nesta pesquisa realizada pela Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), fica claro que o maior interesse em cobrar pela "posse" de um arquivo musical é quase que inteiramente dos próprios produtores de discos. Já vimos diversos artistas dizerem que até gostam da circulação de suas músicas na internet, e também vimos alguns que protestam.
O fato é que a maior parte dos lucros obtidos com a venda de CDs e DVDs fica com as gravadoras. Os artistas ganham na assinatura de contrato e na execução de seus shows.
Porém, o artista depende da gravadora para se promover. A gravadora paga os jabás para rádios e TVs, investe na produção musical e coordena a distribuição dos CDs. O artista ganha visibilidade, a execução de seu hit de sucesso passa a aumentar com o efeito viral, e ele acaba sendo chamado para fazer shows. A partir daí, quem usa a música ou inclui em sua programação faz o pagamento de uma tarifa ao artista e ao compositor pelos direitos de execução, intermediado pelo ECAD.
A gravadora fica presa aos lucros obtidos pela venda dos CDs.
Hoje conheci os serviços de venda de música online do UOL e do Terra, o http://megastore.uol.com.br e o http://sonora.terra.com.br. E no próximo post continuo a reflexão deste assunto.